O nome Isabel no hebraico significa: “Deus é meu juramento”. Essa mulher é somente mencionada no Evangelho de Lucas. Era descendente de Arão e esposa de Zacarias, o sacerdote que foi visitado pelo anjo Gabriel:
“Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel... E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso.”
(Lucas 1. 5,11)
Isabel era também, parente de Maria ( sua prima ), mãe de Jesus, sendo ela mãe de João Batista. Enquanto Zacarias ministrava no Templo do Senhor, o anjo Gabriel apareceu-lhe e disse–lhe que a sua esposa Isabel lhe daria um filho:
“Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João.”
(Lucas 1. 13)
Isabel era mulher estéril, e o marido já estava em idade avançada, o que nos dá a entender que este casal já não tinha mais vida sexual ativa. Diante deste quadro, Zacarias questionou o anjo, na possibilidade de tal milagre vir a acontecer. Com isso, a sua incredulidade custou-lhe a capacidade de poder se expressar, por um certo tempo:
“Disse então Zacarias ao anjo: Como saberei isto ? pois eu já sou velho, e minha mulher avançada em idade. E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas. E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir.” (Lucas 1. 18-20)
Zacarias só voltaria a falar quando a criança nascesse:
“E logo a boca de Zacarias se abriu, e a língua se lhe soltou; e falava, louvando a Deus.” (Lucas 1. 64)
Deus mostrou este favor à Isabel em sua velhice, para remover a vergonha e a desgraça de não poder ter filhos, pois naquele tempo, a mulher que não gerava filhos era discriminada pela sociedade. Por outro lado, também fica claro, que a sua esterilidade, não era conseqüência do pecado, pois tanto ela quanto o marido eram ambos justos perante a Deus:
“Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel. E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor.” (Lucas 1. 5-6)
O Senhor, porém, operava seus propósitos muito maiores na vida de Isabel e seu plano era perfeito. Assim, no tempo determinado, Deus finalmente a abençoou com um filho incomum. Ele seria o precursor de Jesus Cristo e o mundo o conheceria para sempre como o profeta João Batista. Sua mãe, Isabel, não seria tão conhecida quanto ele. Não há dúvida, contudo, de que na sombra deste santo homem estava uma mãe piedosa, que o criou no temor do Senhor. A influencia de Isabel na vida de João não deve ser ignorada, e nem subestimada.
Após Isabel descobrir que estava grávida, permaneceu recolhida em casa por cinco meses. O texto não revela o motivo pelo qual fez isso; provavelmente escondeu-se, a fim de consagrar-se ao Senhor, em uma atitude de gratidão.
Quando ela estava no sexto mês de gravidez, Maria recebeu a visita do anjo Gabriel, que lhe anunciou que, por obra e graça do Espírito Santo, conceberia e daria à luz ao filho de Deus. O anjo lhe disse que Isabel, sua prima, também esperava um filho:
“E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; Porque para Deus nada é impossível. Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela. E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, e entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel.” (Lucas 1. 36-40)
Assim que Maria ouviu as boas novas sobre Isabel, imediatamente foi visitá-la nas colinas da Judéia. Quando a criança dentro do ventre da mãe ouviu a voz de Maria, pulou de alegria. Isabel ficou cheia do espírito Santo e, sobrenaturalmente, entendeu que a sua prima estava grávida. Soube também qual a identidade daquele menino e sua origem divina.
Cheia de alegria, Isabel abençoou Maria e seu filho em voz alta. Em sua bênção, humildemente reconheceu a criança como seu Senhor e demonstrou sua disposição de ser obediente a Ele. Sua mensagem também ressalta a notável fé demonstrada por Maria, a qual creu que o Senhor faria tudo conforme prometera:
“E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, e entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel. E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo. E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor ? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do SENHOR lhe foram ditas.” (Lucas 1. 39-45)
Alegria e gratidão são observadas em todo o relato sobre Isabel. Ela sabia que Deus fazia algo novo e alegrava-se por ser participante de seus planos. O senhor enviou-lhe o precursor de seu filho Unigênito ( Jesus ) e ela respondeu alegre e fielmente, em completa devoção.
Quando chegou o dia de Isabel dar à luz, os vizinhos e parentes reuniram-se em volta para o feliz evento. O menino recebeu o seu nome no oitavo dia de vida, na cerimônia da circuncisão. Não se sabe porque esperaram tanto para dar-lhe um nome, especialmente por que o anjo Gabriel já instruíra Zacarias quanto a isso, antes de o menino ser concebido, conforme já exposto em Lucas 1.13. Talvez tenha seguido o costume helenista de esperar uma semana antes de oficializar o nome do recém-nascido.
De acordo com o costume judaico, entretanto, a criança deveria ser chamada Zacarias, nome do pai. Mas Isabel fez objeção e insistiu que o nome seria João. Ao desprezar seu pedido ( provavelmente porque era mulher ), voltaram-se para Zacarias e perguntaram-lhe como o menino seria chamado. Ele escreveu numa tábua que ele se chamaria João e, naquele momento, sua língua se soltou. O pai, então, cheio do Espírito Santo:
“E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho. E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia, e alegraram-se com ela. E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o menino, e lhe chamavam Zacarias, o nome de seu pai. E, respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado João. E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome. E perguntaram por acenos ao pai como queria que lhe chamassem. E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam. E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e falava, louvando a Deus.” (Lucas 1. 57-64)
O pai, então, cheio do Espírito Santo, profetizou sobre o futuro de seu filho. O que você, querida, tem profetizado sobre seus filhos: BÊNÇÃOS OU MALDIÇÕES?
Será que você é o tipo de mãe que, mesmo em um momento de nervoso, acaba profetizando maldições aos seus filhos ? A mãe, quando está amamentando seu Filho, deve sempre profetizar bênçãos sem medidas à criança. Leia as palavras de Zacarias:
“E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo, e profetizou, dizendo: Bendito o Senhor Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo, e nos levantou uma salvação poderosa na casa de Davi seu servo. Como falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio do mundo; para nos livrar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam, para manifestar misericórdia a nossos pais, e lembrar-se da sua santa aliança, e do juramento que jurou a Abraão nosso pai, de conceder-nos que, Libertados da mão de nossos inimigos, o serviríamos sem temor, em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida. E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos; para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados; Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, com que o oriente do alto nos visitou; Para iluminar aos que estão assentados em trevas e na sombra da morte; a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.” (Lucas 1. 67-79)
Esses eventos causaram alvoroço entre os judeus e todos ficaram assombrados. Sentiam que Deus estava com aquela nova família e perguntavam-se o que aconteceria a seguir:
“E veio temor sobre todos os seus vizinhos, e em todas as montanhas da Judéia foram divulgadas todas estas coisas. E todos os que as ouviam as conservavam em seus corações, dizendo: Quem será, pois, este menino ? E a mão do Senhor estava com ele.” (Lucas 1. 65-66)
O Senhor começava a trazer o Seu povo de volta para si. Isabel era uma mulher reverente, que se dedicava ao Senhor com alegria. Deus é glorificado em sua vida e a divina presença do Senhor é claramente vista nesta passagem bíblica. O milagre desta serva piedosa, ter concebido um filho com idade avançada, lembra o leitor de outras mulheres famosas nas Escrituras, cujas vidas o Senhor interveio de maneira semelhante com Sara ( Gênesis 17.15 ), com Raquel (Gênesis 30. 22-24 ) e com Ana (I Samuel cap 1). Em todos os casos, a obra de Deus culminou com o nascimento de filhos que se tornaram grandes líderes do povo. João Batista foi o maior de todos. Observe o que Jesus disse a seu respeito:
“Disse Jesus: Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.” (Mt 11.11)
Pr. José Luiz Varcas
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